20/05/05

quando a loiça é pintada a tinta da china...

Esta 5.ª aconteceu-me algo que não me sucedia à longo tempo: na useira e vezeira visita à sentina, eis senão quando, sou presenteado com um ufano cagalhão daqueles que mascarram a pia de um preto estilo breu, isto é, uma bela cagada a tinta-da-china.
Tal fenómeno era algo que ocorria frequentemente quando era puto, e me embebedava copiosamente com tintol carrascão, o lendário pedroso do lebre.
Era a época em que as cagadas eram absolutamente fétidas, nauseabundas, pútridas, infectas, pestilentas, enfim, todos os adjectivos seria suaves para caracterizarem as dejecções do pedroso. Geralmente davam-me náuseas, para terem ideia da gravidade da coisa...
Houve um verão, à uns anitos, que tive uma crise intestinal após a celebração de um aniversário que se prolongou por uma semana ou mais, sempre a encher a cara que nem um odre.
O resultado é que às tantas me ia desintegrando tal era a quantidade de vezes que me borrava todo.
Garanto-vos que se alminha eu tivesse, me teria saído nessa semana pelo cu, pia abaixo.
Mas para meu bem, uma das minhas manas arranjou-me uns comprimidos “made in holland”, à base de carvão, e que se tomavam aos 20 de cada vez. Eram sensivelmente do tamanho de aspirinas, portanto calculem a pançada de carvão que levava de cada vez...
O resultado, é que ao fim de 3 ou 4 doses, comecei a mandar umas cagadas em que após a dita, contemplava orgulhosamente a minha “obra”, e ficava a interrogar-me sobre se não teria ingerido corvo ao almoço...
Meus caros leitores, que cagalhões tão retintos eu criei!!!! Mais pretos que o Lourenço, o jogador do SCP. E duros, que parecia que estava a cagar vigas de aço. Pintadela à pistola, adeusinho...
Bem-dito sejas, carvão.
Desta vez, a causa é mais trivial: duas jantaradas na 2ª e na 3ª, de chocos com tinta, tiveram esse efeito.
Posso dizer então, com alguma propriedade que, de certa forma, foi uma cagada saudosista e revivalista.
Porque as cagadas também são feitas disto, de memórias, que se desvanecem fisicamente com o puxar do autoclismo, mas continuam a fazer parte do imaginário escatológico de cada um de nós...